Desde a queda do Muro de Berlim, a mídia capitalista quis nos mostrar que um novo mundo viria, um mundo sem guerras, não mais polarizado entre duas potencias mundiais. Como nos filmes de Hollywood, nos foi informado que o final feliz estava próximo, que, até mesmo o bandido, a União Soviética, tinha passado para o lado do mocinho, os EUA. A partir daquele simbólico acontecimento, os bandidos (agora ex-comunistas) iriam se unir com os grandes heróis capitalistas em busca de um mundo melhor, o mundo da liberdade. Não haveria mais espaço para ditadores e comedores de criancinhas.

Algumas décadas depois, nada ficou muito diferente do que os mais realistas previam. Apesar de o mundo não está mais polarizado entre as duas gananciosas potencias no campo econômico, continuam mantendo a hegemonia militarmente e politicamente. A tão falada guerra nas estrelas está cada vez mais se tornando realidade. O mais recente capítulo dessa novela está ocorrendo na Polônia. Os EUA assinaram, no dia 14, um acordo visando a instalação de um escudo antimísseis em território polonês. Um acordo semelhante foi firmado na República Tcheca. Os EUA afirmam que querem defender seus aliados do grande Satã Irã. Será que o humilde Irã tem forças para lutar contra uma União Europeia inteira? A Rússia não está nada contente com tais acontecimentos. Afirmaram que vão tomar medidas militares quando o escudo for instalado.

Atualmente, no Cáucaso, uma região estratégica russa, está ocorrendo um grande conflito. Os russos estão em guerra contra a Geórgia, grande aliada americana. A disputa começou no dia 14, quando a Geórgia realizou uma ofensiva com o intuito de retomar a região da Ossétia do Sul, que havia declarado sua independência no início dos anos 90. Os russos não aceitaram a violação de um território aliado, e, em pouco tempo, invadiram a região e tomaram algumas cidades da Geórgia. Logicamente, os americanos declararam seu descontentamento em relação à atitude russa e recorreram à ONU. Como os russos possuem o direito de veto no Conselho de Segurança da entidade, nenhuma solução foi encontrada. Tal guerra já matou mais de 2000 pessoas e deixou milhares de refugiados.